A Ilha do Combu é a quarta maior ilha das 39 que compõem a região insular da cidade de Belém do Pará. A população local é composta, em geral, por ribeirinhos e as atividades econômicas estão concentradas principalmente no turismo/lazer e no extrativismo.

          Na Ilha do Combu existem 5 comunidades: Beira Rio Guamá, Igarapé do Combu, Furo da Paciência, Igarapé do Piriquitaquara e Furo do Benedito. As casas e os bares e restaurantes estão dispostos ao longo das margens das águas que moldam a ilha e, fora isso, é apenas uma imensa natureza exuberante e ainda bastante preservada. Vale ressaltar que, devido a esse fator, não há como caminhar livremente pela ilha, pois não há caminhos abertos para tal, o que também não é recomendado. Para os que não conhecem bem o território pode ser bastante perigoso. A única maneira de se locomover pela ilha é pela via fluvial.

Localização das comunidades da Ilha do Combu.

Fonte: CODEM, adaptado por Thainá Nunes, 2017.

          Navegando pelo Rio Guamá logo é possível perceber duas paisagens bem diferente. Olhando para um lado, um horizonte preenchido por variados edifícios que moldam a silhueta da Belém continental e urbana, enquanto ao virar para o lado oposto se tem um verde a se perder de vista. A natureza é predominante no segundo cenário.

          Infelizmente não há uma história “oficial” da Ilha do Combu, porém existem várias pesquisas realizadas que resgatam partes do seu passado e, ao que tudo indica, o início dessa história se deu por volta do final do século XIX. Há registros de indígenas e negros que fugiam para as ilhas para se afastar do movimento da urbanização da cidade de Belém, pois não se adaptavam àquele ritmo. Posteriormente, muitas pessoas vieram de fora da cidade e do estado, algumas destas tiveram uma longa jornada até encontrar seu lugar na Ilha do Combu, sendo que os moradores tem uma parte de descendência nordestina devido as políticas de incentivo a migração nordestina para trabalhar nos seringais para a indústria da borracha no século XIX.

          Com o tempo, mais famílias foram se estabelecendo na Ilha do Combu, vindas de várias localidades e descendência, sendo a maioria de localidades do interior do estado do Pará onde já havia familiaridade com a vivência rural. Quanto mais gente chegava mais foram formando laços familiares, realizando trocas de saberes, e a população assim foi crescendo e constituindo seu modo de vida como é hoje. O vínculo com o lugar é muito forte, e faz com que mesmo com as dificuldades que desde o início enfrentam pesem bem menos com relação ao que de bom proporciona para suas vidas.

          A ilha é uma Área de Proteção Ambiental, o que, aparentemente, poucos visitantes tem conhecimento, sendo oficializada como tal em 1997. Foi um passo importante para a preservação ambiental e do modo de vida da população local. O órgão gestor da APA era a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), porém, atualmente, a responsabilidade foi transferida para o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio).

          Essa é uma questão um tanto quanto complexa, já que há várias debilidades na gestão e atuação do Conselho Gestor da APA, sendo um dos mais preocupantes a ausência do seu Plano de Manejo, documento fundamental para uma Unidade de Conservação. É mais alarmante ainda quando há um grande crescimento do turismo e lazer no local, pois seu desenvolvimento desordenado pode trazer muitos problemas para a ilha e sua população ribeirinha.

          A APA Ilha do Combu vem ganhando cada vez mais destaque no cenário belenense, se tornando um dos principais pontos turísticos da cidade de Belém. Conta atualmente com mais de trinta bares e restaurantes na beira do rio, a Casa do Chocolate da Dona Nena, trilhas e roteiros variados para o lazer no local. Assim, se faz importante buscar um lazer e turismo sustentável, responsável e consciente para que haja benefícios para todos e que sejam reduzidos os impactos negativos.

O que não fazer na Ilha do Combu.

  • Não jogar lixo no rio ou na mata.
  • Tomar cuidado ao navegar nas águas do local, principalmente para os que se aventuram de Jet Ski.
  • Não navegar em alta velocidade, seja de Jet Ski ou qualquer tipo de embarcação, pois além de perigoso está contribuindo para a erosão.
  • Embarcações de grande porte: não adentrar os igarapés, já que são mais estreitos.
  • Não desrespeitar a população local, os trabalhadores de onde você está indo e os demais visitantes.
  • Não concentrar um grande número de pessoas pulando, ou dançando, concentrado em apenas um lugar do espaço restaurante, o trapiche não tem estrutura apropriada para isso (já houveram acidentes).
  • Se não souber nadar, não se jogue no rio. E se souber, ainda assim tome cuidado e não se afaste muito no restaurante pois o rio tem muita correnteza (principalmente na Beira do Rio Guamá).